Caminhões incorporam avanços para utilizar diesel S-50

Apesar de trazer melhorias à saúde e ao ambiente, a nova geração de caminhões com motores desenvolvidos especialmente para utilizar o diesel S-50, com menor teor de enxofre, de acordo com exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve 7), em vigor desde 1º de janeiro, deve pesar mais no bolso dos seus usuários, algo como 15 a 20%. “Em função da incorporação de novas tecnologias e equipamentos, o custo de produção dos veículos é maior, embora para o consumidor a questão do preço dependa da política de cada fabricante”, admite a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Para as distribuidoras de combustíveis, o preço do novo S-50 é, em média, 4,8% maior que o atual S-500, informa a Petrobrás, produtora do óleo diesel. “O preço do novo diesel reflete sua qualidade superior e os investimentos em refino necessários para sua produção”, justifica a empresa.
Para as montadoras de veículos, no entanto, os impactos do novo cenário são positivos e compensam os investimentos realizados pela indústria. No primeiro semestre foram produzidos no Brasil 62,9 mil caminhões que incorporaram modificações tecnológicas nos seus motores para permitir a utilização do diesel com teor reduzido de enxofre. “Além da redução de poluentes, o S-50, com apenas 50 partes por milhão de enxofre, e as inovações tecnológicas nos motores dos veículos proporcionam maior vida útil, mais produtividade e maior economia de combustíveis”, assegura a Anfavea.
As vendas ainda não refletem esses avanços, avalia a entidade. De maneira geral, houve até uma queda de 15,1% (foram vendidos 70,4 mil caminhões de janeiro a junho) em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Mas a expectativa é otimista. “Em pouco tempo, deve esgotar-se o estoque de caminhões na rede concessionária produzidos até 31 de dezembro de 2011, com tecnologia anterior à etapa Proconve7, e todos os caminhões que serão comercializados estarão em linha atual com a nova legislação”, informa a Anfavea.
 
Fonte: Valor Econômico – 20/07/2012