Atrasadas, obras da Transnordestina em PE prejudicam porto de Suape

Quando as obras da ferrovia Transnordestina começaram, em 2006, a previsão era que fossem concluídas em 2010. Porém, uma série de entraves com desapropriações e alterações de projeto, além de questões ambientais, fizeram o prazo ser estendido para setembro de 2016, segundo o Ministério dos Transportes – totalizando dez anos de obra, em vez dos quatro iniciais. Os adiamentos e a falta de informação fazem a população e empresários do Sertão de Pernambuco, por onde os trilhos vão passar, não saberem o que esperar do futuro.
 
A obra estava orçada inicialmente em R$ 4,5 bilhões, mas o último reajuste fez o orçamento chegar a R$ 7,5 bilhões. O cenário geral é de abandono, com as pessoas podendo chegar junto aos trilhos e canteiros de obras, todos paralisados.
 
Inicialmente, a ferrovia seria construída pelo governo federal, mas, por falta de verba e outros entraves, o projeto foi entregue para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que criou a empresa Transnordestina Logística S.A. (TLSA) para ser concessionária da obra. O governo federal então firmou compromisso de garantir financiamentos de bancos e órgãos públicos. Já os estados envolvidos ficaram responsáveis pelas desapropriações.
 
De acordo com o governo federal, o projeto prevê 2.304 quilômetros de ferrovia, beneficiando 81 municípios – 19 no Piauí, 28 no Ceará e 34 em Pernambuco.
 
Em janeiro, o G1 mostrou que as obras da ferrovia Transnordestina no sertão do Piauí, que já consumiram R$ 1,075 bilhão, estão paralisadas e abandonadas desde setembro de 2013. No Ceará, só 4% das obras no trecho entre a cidade de Missão Velha e o Porto do Pecém, na Grande Fortaleza, estão concluídas, segundo o Ministério dos Transportes.
 
Nesta terceira reportagem da série, a reportagem do G1 percorreu, em Pernambuco, mais de 1.500 quilômetros, do Recife até Araripina, de onde a ferrovia segue para o Piauí. No caminho, encontrou obras paradas e a população em compasso de espera.