Anfavea prevê alta de 1,1% nas vendas este ano

Em 2014, a expectativa é que os dois movimentos não se repitam com a mesma intensidade, um dos motivos pelos quais a Anfavea foi, desta vez, mais cautelosa ao traçar as projeções para o ano.


Balanço dos resultados de 2013 divulgado na terça-feira (7) pela Anfavea, a entidade que abriga as montadoras instaladas no país, confirmou a primeira queda nas vendas de veículos em dez anos, mas, por outro lado, a melhor produção da história (veja gráfico ao lado). As exportações, em valores, também foram recorde, somando US$ 16,57 bilhões, em números que ainda incluem o setor de máquinas agrícolas.

O descompasso entre o desempenho positivo da produção e o negativo do mercado se deve à substituição de carros importados por nacionais – dadas as restrições a importações da nova política automotiva -, junto com a retomada nas exportações para a Argentina, destino de oito em cada dez carros embarcados no Brasil.

Em 2014, a expectativa é que os dois movimentos não se repitam com a mesma intensidade, um dos motivos pelos quais a Anfavea foi, desta vez, mais cautelosa ao traçar as projeções para o ano. As estimativas, contudo, ainda indicam novo recorde não só para a produção, mas também para as vendas, que cederam quase 1% em 2013.

Os números da entidade projetam para 2014 crescimento de 1,1% nas vendas e de 0,7% na produção. Se confirmados, o setor chegará em dezembro com 3,81 milhões de veículos licenciados e 3,77 milhões produzidos. Já nas exportações, a Anfavea prevê um avanço de 2,1% em 2014, para 575 mil unidades embarcadas.

Essas metas indicam uma recuperação no consumo doméstico, mas também uma evolução mais moderada nos volumes de produção e exportação, que subiram 9,9% e 26,5%, respectivamente, no ano passado.

No cálculo das estimativas, foram ponderados aspectos positivos, como um crescimento da economia da ordem de 2,5%, e negativos, tais como a retirada de parte dos descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

De um lado, a Anfavea levou em conta um aguardado avanço de 5% nas concessões de crédito, assim como a continuidade na expansão das vendas de caminhões, também estimada em 5%. De outro, considerou a possibilidade de restrições nas importações argentinas, a pressão sobre os preços provocada pela obrigatoriedade de airbags e freios ABS em todos os carros, mais a maior competição dos importados, favorecidos pelas cotas de importação mais fartas obtidas por marcas que decidiram investir em fábricas no Brasil.

Ao comentar as projeções, Luiz Moan, presidente da associação das montadoras, se queixou ainda dos feriados e suas pontes, que tornam mais exíguo o calendário comercial das montadoras. "Se você for ver, todo feriado cai numa quinta ou numa terça-feira", brincou o executivo. A rigor, 2014 terá o mesmo número de dias úteis de 2013. Todavia, há uma expectativa de que a realização da Copa do Mundo reduza o fluxo de consumidores nas concessionárias nos dias de jogos.

No ano passado, as vendas de veículos, incluindo caminhões e ônibus, caíram 0,9%, para 3,77 milhões de unidades, o que interrompe uma sequência de nove anos seguidos de crescimento iniciada em 2004. Já a produção fechou 2013 em 3,74 milhões de veículos, ampliando o recorde que já havia sido assegurado no resultado de novembro.

A noticia positiva no balanço divulgado ontem pela Anfavea foi a adequação dos estoques do setor, o que tira pressão contra a produção deste ano. Com as férias coletivas de dezembro, o volume de veículos parados nos pátios voltou a um giro de 30 dias, após alcançar 42 dias em novembro.