ABCR: confiança do consumidor reduziu fluxo de veículos

A queda de 0,1% no fluxo total de veículos em fevereiro ante janeiro, apurado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada, é reflexo do recuo de 0,5% no tráfego de veículos leves no período. De acordo com Rafael Bacciotti, economista da Tendências consultoria, o baixo nível de confiança do consumidor é um fator que influencia o comportamento de consumo e pode explicar o mau resultado do fluxo de leves.
"Apesar do aspecto positivo, com a expansão da renda e da massa salarial, que são indicadores associados ao fluxo de leves, pontos como a inflação pressionada e o ciclo de aumento dos juros, que se estende desde abril do ano passado, ganharam força e atrapalharam os leves", complementa o economista, em nota.

Ainda na comparação com janeiro, o fluxo de veículos pesados cresceu 2,5% no segundo mês deste ano. A alta, no entanto, não foi suficiente para fazer com que o fluxo total de veículos ficasse em terreno positivo. "O peso dos leves no cálculo do índice é maior do que o dos pesados por conta do volume de veículos, que é mais expressivo", disse Bacciotti.

A consultoria destaca que os sinais para o segmento de pesados são positivos, considerando a alta no mês anterior de 4,1% em janeiro deste ano contra dezembro de 2013.

"Existe uma percepção negativa em relação à indústria, mas o que podemos entender desse resultado é que está em curso um processo de esgotamento da realização dos estoques, principalmente do setor automotivo, que tem um peso relevante na indústria", explica Bacciotti. No levantamento de janeiro, o economista havia destacado que o fluxo de pesados estava relacionado à normalização dos estoques.

A Tendências projeta alta de 6,6% na produção de veículos em fevereiro ante janeiro, devido ao ritmo de vendas um pouco mais acelerado do que o esperado.