Veículos puxam queda de 0,9% na produção industrial

A Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física, do IBGE (Instituto Brasileiro  de Geografia e Estatística), apontou que as fabricantes de veículos automotores, reboques e carrocerias reduziram a produção em 13,6%, em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo o instituto, o segmento teve a maior representatividade no resultado global da produção industrial brasileira do terceiro mês de 2014, que caiu 0,9% sobre março de 2013.

O gerente do IBGE responsável pela pesquisa, André Macedo, destacou que vários segmentos são encadeados diretamente com o de veículos automotores, reboques e carrocerias, que segundo ele, estão incluídos também as companhias fabricantes de autopeças.

“É um segmento que tem muita importância. Principalmente as indústrias de produtos químicos, de borracha e de plástico, até mesmo a metalurgia. Essa redução de 13,6%, por causa do encadeamento gera muito impacto”, explicou Macedo.

O gerente destacou ainda que o reflexo da redução na produção do segmento tem acontecido, principalmente, no Grande ABC, que concentra várias montadoras e indústrias de autopeças.

“Temos visto essas empresas reduzindo os turnos dos trabalhadores, as horas extras, adequando as produções para adaptarem os estoques”, disse Macedo.

A Mercedes-Benz, por exemplo, deixará de licença remunerada, a partir de segunda-feira, cerca de 700 trabalhadores da sua unidade de São Bernardo. Isso para reduzir de dois a um turno a linha de produção de caminhões. Também reconheceu excedente de 2.000 funcionários na fábrica, que matinha 11.700 trabalhadores.

A Volkswagen, outro exemplo, pretende colocar cerca de 900 trabalhadores em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho). A montadora não divulga os números e datas, mas trabalhadores dizem que, dentro da fábrica, a notícia que corre é que o período começará no dia 19.