Codesp tem lucro de R$ 142 milhões em 2013

O porto de Santos encerrou 2013 com lucro líquido de R$ 142,316 milhões, queda de 28,5% sobre 2012. O lucro operacional antes do resultado financeiro ficou em R$ 200,977 milhões, ante R$ 17,793 milhões na mesma comparação. No balanço divulgado ontem, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do porto, informa que os resultados foram expressivos, "apesar da instabilidade econômica global".

 

Ao Valor, a Codesp informou que o lucro líquido caiu porque a estatal provisionou R$ 220,115 milhões para pagamento de Imposto de Renda e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Em 2012, a empresa conseguiu o não pagamento dessa quantia, assim, o valor foi estornado, propiciando um ganho contábil.

A Codesp controla o maior porto do país, o de Santos (SP), cujo resultado operacional, nas mãos de operadores privados de cargas, bateu mais um recorde em 2013. A movimentação de cargas registrou alta de 9,4% sobre 2012, alcançando a marca de 114 milhões de toneladas.

A receita líquida da estatal em 2013, basicamente dos arrendamentos de áreas públicas e do pagamento por serviços e pelo uso da infraestrutura, foi de R$ 758,765 milhões, alta de 13% sobre 2012. Os gastos com pessoal subiram 38,79%, para R$ 145,814 milhões, de um ano para o outro, em função do novo Plano de Cargos e Salários (PECS) e do reajuste salarial (data base) da categoria, de 6,5%.

Apesar de ser uma S. A. de economia mista, a Codesp é uma estatal cuja maioria das ações – mais de 99% delas – é da União. Para o consultor Rodolfo Amaral, justamente por essa razão a empresa não deveria dar lucro. "Esses valores tinham de ser transformados em obras tão necessárias, como a continuação da avenida perimetral, por exemplo", defende.

Amaral, que acompanha no detalhe o balanço da empresa, diz ainda que os R$ 142,316 milhões de lucro representam quase metade do montante que a empresa teria deixado de investir dos recursos previstos no orçamento da União para 2013, que totalizaram R$ 471,847 milhões. A Codesp discorda da análise e destaca que nem toda previsão no orçamento da União entra de fato no caixa da estatal.

"A Codesp não investiu na totalidade os recursos orçados, em função, basicamente, de licitações sob judice, tais como o reforço do cais do 12A ao 23 e o reforço do píer da Alemoa. Quanto ao montante que a Codesp tem em caixa, há um limitador legal para os valores a serem investidos", explicou a empresa ao Valor.

A dívida da Codesp com o Portus, o fundo de pensão complementar dos funcionários da estatal, não consta do balanço. O valor superaria R$ 1 bilhão. A Codesp explica que existem "eventos em controverso", daí o valor não estar quantificado nas demonstrações financeiras.