Mapeamento revela pontos com maior risco de assaltos em rodovias

A Polícia Rodoviária fez mapeamento dos pontos das rodovias de Campinas (SP) e região identificados como os mais problemáticos em relação a ataques de vândalos e assaltantes. Pedras colocadas no asfalto da Rodovia Santos Dumont, próximo ao acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos, foram consideradas uma das causas pelo acidente que resultou na morte de três pessoas da mesma família no sábado (4). Embora a Polícia Rodoviária não tenha estatísticas específicas para este tipo de ocorrência, o uso de pedras e outros objetos nas rodovias tem sido uma prática frequente para assaltos a motoristas.
 
De acordo com o mapeamento, os trechos mais críticos na Rodovia dos Bandeirantes são os kms 90, 94 e 97, onde a visibilidade para o motorista é pior. Já na Rodovia Dom Pedro I, o ponto mais perigoso é na proximidade do bairro São Marcos, na altura da entrada do Aeroporto Campo dos Amarais, onde há pouca iluminação. Na Rodovia Miguel Melhado Campos, conhecida como Vinhedo -Viracopos, as ocorrências são registradas principalmente na área do bairro Campo Belo. Um dos piores trechos apontados, porém, foi do km 72 ao 75 da Rodovia Santos Dumont, onde aconteceu o acidente de sábado.
 
De acordo com a Polícia Rodoviária, os acidentes acontecem na maior parte das vezes nas marginas próximas aos bairros de Campinas. A balconista Disneia Aparecida mora no bairro Maria Rosa há 40 anos e afirma que o problema é antigo, mas acredita que tenha piorado nos últimos dois anos. "Eles [assaltantes] atiram as pedras de cima da passarela, para quebrar os vidros e os motoristas pararem", disse.
O taxista Marcelo Ferreira da Silva já passou por essa situação. Ele conta que estava dirigindo pelo trecho quando teve o carro atingido por um grande pedaço de tijolo, mas não chegou a ser assaltado.
 
O diretor do Sindicato dos Taxistas de Campinas, Paulo Sérgio Trevisan, confirma que pedras são deixadas no meio da pista ou arremessadas no para-brisa dos veículos enquanto os motoristas transitam principalmente durante o período da noite. Na passarela do bairro Itatinga, por exemplo, ele afirma que é comum ver pedras sendo arremessadas. Trevisan diz ainda que o problema é tão comum nas estradas de Campinas que, durante a noite, alguns motoristas de ônibus deixam de parar nos pontos, segundo relato de moradores.
 
Dicas de segurança
 
O capitão da Polícia Rodoviária Hugo Maeda Yanase afirma que em locais onde há maior registro de acidentes a polícia intensifica as rondas. Mesmo assim, o motorista deve ficar atento a algumas dicas de segurança, especialmente aqueles que transitam após as 21h, período de menor movimento.
 
Ao sofrer um acidente, o motorista deve ligar o pisca-alerta e, caso não esteja ferido, sair do veículo para sinalizar o acidente. "O local mais arriscado é o interior do carro", explica o capitão, "e por isso o ideal é que a pessoa saia da faixa de rolamento, ou seja, da pista". O triângulo utilizado para sinalizar o acidente deve ser colocado a uma distância de aproximadamente 100 metros ou 100 passos do local. À noite, a distância deve ser dobrada.
 
A maior recomendação, porém, é de que o motorista que atingir uma pedra, siga em frente, mesmo com um pneu furado ou algum dano menor, até chegar a um local mais seguro.