Estradas de Araraquara, SP, exigem maior atenção dos motoristas

No ano passado, 72 pessoas morreram nas rodovias da região de Araraquara e São Carlos, no interior de São Paulo, segundo dados da Polícia Rodoviária. Com a chegada do feriado prolongado de Carnaval, o volume de veículos nas estradas aumenta, assim como os riscos de acidentes.
 
O perigo é maior em trechos de pista simples como a que liga Araraquara a Boa Esperança do Sul. Apesar de a estrada estar em boas condições e bem sinalizada, é comum acontecer batidas de frente.
 
“Na pista simples as dimensões são reduzidas, ela não tem aquele canteiro central que divide o fluxo e nas laterais as dimensões também são menores. Então, quando o condutor perde o controle do veículo, ele acaba colidindo com o fluxo contrário”, explica o tenente da Polícia Rodoviária Nelson Leite Carrijo.
 
Na rodovia Washington Luis, há trechos perigosos como em rotatórias próximas à área urbana. Alguns motoristas não respeitam a sinalização, por isso há muitas batidas laterais. A polícia destaca ainda outros pontos da rodovia onde a atenção deve ser maior. Em trechos urbanos, como nos Km 227, 228 e 231, são frequentes colisões traseiras, batidas laterais e atropelamentos.
 
Já no Km 260, conhecido como descida do Chibarro, o risco é grande para os caminhoneiros que costumam descer em alta velocidade e frear próximo ao radar. O local já foi palco de vários acidentes em que caminhões tombaram.
 
Além de uma conduta responsável ao dirigir, o motorista deve redobrar os cuidados com a pista e a conservação do veículo. O consultor de trânsito José Bernardes Felex explica que em períodos com grande fluxo de carros, como no Carnaval, pelas estatísticas o risco de acidentes aumenta 20 vezes. Por isso é preciso checar pneus, faróis, retrovisores, que devem ser regulados.
 
Segundo ele, o motorista deve ainda ter consciência da responsabilidade ao assumir o volante. “Beber nem se fala. Não é porque tem Lei Seca, é porque o homem quer manter a cabeça em cima do próprio corpo e ficar vivo”, diz.
 
Bebida e direção
 
O cérebro logo percebe que bebida e direção não combinam. O álcool interfere na comunicação entre os neurônios e afeta primeiro a área responsável pelo senso crítico. Quem está ao volante começa a perder o juízo, fica mais imprudente.
 
Com um copo de cerveja ou uma dose de bebida destilada o motorista já perde a amplitude e a percepção de distância. Duas doses de bebida afetam as funções inconscientes como a contração das pupilas, quando passa um carro com farol alto. E bastam três doses para diminuir o tempo de reação para uma freada. Até a coordenação motora fica comprometida depois do quarto copos de cerveja.
 
O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bernardino Geraldo Alves Souto, explica que não há como dirigir com segurança quando o motorista consumiu uma bebida alcoólica. “O importante realmente é que quem for dirigir definitivamente não beba nada que contenha álcool”, recomenda.
 
 15/2/2012